Sumários

A política no palácio: os regimes políticos não democráticos

27 Outubro 2022, 15:00 Pedro Miguel Moreira da Fonseca

Comparativamente com a democracia, historicamente os regimes políticos não democráticos obtiveram menor relevância na agenda de investigação da Ciência Política, realidade que nos últimos anos parece ter vindo a alterar-se. Inicialmente, as lições procuram explicar as razões da referida subalternização, refletindo também sobre os desafios que se colocam ao estudo e à pesquisa sobre os regimes autoritários pela Ciência Política. As lições concedem especial atenção à política nos regimes autoritários, ao seu funcionamento e às suas estratégias de sobrevivência, designadamente aos aspetos da coação, da legitimação, do “controlo autoritário” e da “partilha do poder autoritário”. Partindo do questionamento sobre quem governa, as lições exploram ainda diferentes tipos de regimes autoritários (ditadura personalista, militar, de partido único e monárquica), os quais estão associados a importantes diferenças e especificidades em aspetos centrais da “vida política”. Finalmente, num contexto de balanço sobre a “terceira vaga de democratização”, as lições desenvolvem sobre os denominados regimes híbridos, os quais têm ganho relevância ao longo dos últimos anos. Estes regimes, incorporando aspetos da democracia e do autoritarismo, parecem bem “equipados” para assegurar a sua sobrevivência, colocando também importantes desafios à sua definição e à sua classificação.


A Política no Fórum: os Regimes Políticos Democráticos (cont.)

20 Outubro 2022, 15:00 Pedro Miguel Moreira da Fonseca

Sumário:

A democracia e os regimes políticos democráticos ocupam um lugar central na vasta agenda de investigação da Ciência Política contemporânea. Inicialmente, a lição procura explorar e explicar essa centralidade, reconhecendo também que a Ciência Política evoluiu no espaço Ocidental muito marcada por um notório compromisso normativo com a democracia e com a sua promoção. Considerando que o próprio conceito de democracia é contestado, a lição elabora um exercício de identificação de manifestações da democracia ao longo da história, caracterizando a sua evolução e colocando em confronto a “democracia dos antigos” e a “democracia dos modernos”. Sendo que a “fórmula” política da democracia liberal representativa se consolidou na modernidade a partir da experiência Ocidental, descrevem-se e discutem-se, brevemente, outros modelos de democracia e também diferentes tipos de regimes políticos democráticos (presidenciais, parlamentares e semipresidenciais; maioritários e consensuais). Finalmente, procede-se a uma revisão tanto dos argumentos favoráveis à democracia, como também das principais críticas que lhe são dirigidas.

Tópicos

A democracia na agenda de investigação da Ciência Política

A “ciência democrática da política”

Um compromisso com a democracia

A democracia dos antigos

A invenção da democracia?

A experiência democrática ateniense

Anarquia e desordem: as críticas à experiência democrática ateniense

A democracia dos modernos

A democracia com futuro

O individualismo e a conceção individualista da sociedade

O liberalismo político: a liberdade individual e o controlo do poder

A representação política, o sufrágio universal e os “perigos” da democracia

A afirmação da democracia liberal representativa

Modelos e definições de democracia

Tipos de regimes políticos democráticos

Democracias presidenciais, parlamentares e semipresidenciais

Democracias maioritárias e consensuais

É a democracia o melhor regime político?

O pior regime à exceção de todos os outros: a apologia da democracia

Das críticas ao ódio à democracia

Objetivos:

- Reconhecer e compreender a “ligação umbilical” da Ciência Política à democracia no espaço Ocidental, a qual se manifesta através de uma agenda de investigação comprometida normativamente com a democracia e com a sua promoção, ponderando também sobre as suas implicações;

- Caracterizar e discutir a democracia ateniense como uma experiência pioneira e original, ponderando sobre as críticas que lhe foram feitas;

- Caracterizar e discutir a denominada “democracia dos modernos” como uma “invenção Ocidental” na modernidade, desde logo associada ao individualismo, ao liberalismo, à representação política e à progressiva universalização do sufrágio;

- Comparar a “democracia dos antigos” com a “democracia dos modernos”;

- Reconhecer a conotação pejorativa associada à democracia desde a antiguidade clássica, compreendendo a sua recuperação progressiva com uma conotação positiva na modernidade no Ocidente sob a fórmula de democracia liberal representativa; Caracterizar, comparar e discutir diferentes modelos de democracia;

- Caracterizar, comparar e discutir vários tipos de democracias (presidenciais, parlamentares, semipresidenciais, consensuais e maioritárias);

- Através de uma contextualização histórica, identificar e confrontar os principais argumentos favoráveis à democracia e as principais críticas que lhe foram feitas


A Política no Fórum: os Regimes Políticos Democráticos

13 Outubro 2022, 15:00 Pedro Miguel Moreira da Fonseca

A democracia e os regimes políticos democráticos ocupam um lugar central na vasta agenda de investigação da Ciência Política contemporânea. Inicialmente, a lição procura explorar e explicar essa centralidade, reconhecendo também que a Ciência Política evoluiu no espaço Ocidental muito marcada por um notório compromisso normativo com a democracia e com a sua promoção. Considerando que o próprio conceito de democracia é contestado, a lição elabora um exercício de identificação de manifestações da democracia ao longo da história, caracterizando a sua evolução e colocando em confronto a “democracia dos antigos” e a “democracia dos modernos”. Sendo que a “fórmula” política da democracia liberal representativa se consolidou na modernidade a partir da experiência Ocidental, descrevem-se e discutem-se, brevemente, outros modelos de democracia e também diferentes tipos de regimes políticos democráticos (presidenciais, parlamentares e semipresidenciais; maioritários e consensuais). Finalmente, procede-se a uma revisão tanto dos argumentos favoráveis à democracia, como também das principais críticas que lhe são dirigidas.


Definições e Classificações de Regimes Políticos

6 Outubro 2022, 15:00 Pedro Miguel Moreira da Fonseca

Tópicos da aula:

- Os grandes debates associados à classificação dos regimes políticos;

- As diferentes propostas de classificação dos regimes, as suas implicações e a sua relação com os objetivos de pesquisa;

Objetivos:

- Compreender a importância e relevância das classificações para o estudo científico dos regimes políticos e para a política comparada;

- Reconhecer os esforços clássicos e contemporâneos de classificação dos Regimes Políticos;

- Conhecer e discutir as classificações de regimes com recurso à análise categórica e às escalas contínuas, relacionando as opções de classificação com os objetivos de pesquisa;


Introdução aos Regimes Políticos

29 Setembro 2022, 15:00 Pedro Miguel Moreira da Fonseca

1- Posicionar o regime enquanto objeto político central no funcionamento do sistema político, revelando-se também fundamental no contexto do processo político;

2-      Realçar a relevância do regime político na caracterização e na análise política de um país enquanto comunidade politicamente organizada que ambiciona tomar decisões coletivas imperativas;

3-      Seguindo o contributo de Samuel Finer (História do Governo), que associa os regimes de “fórum” à democracia e os regimes de “palácio” à autocracia, desenvolve-se a ideia de que estes dois tipos de regimes existentes no mundo contemporâneo (democracia e autocracia) correspondem a formas muito distintas de funcionamento e de organização da vida política, diferenças essas que têm implicações muito importantes em diversos domínios relevantes;

4-      Considerando que a temática dos regimes políticos é uma das mais proeminentes e tradicionais no contexto da reflexão e do estudo sobre a política desde a antiguidade clássica, a lição também realça que alguns dos debates mais dinâmicos sobre os regimes que prosseguem atualmente na teoria política e na política comparada constituem uma agenda de investigação vasta e complexa, a qual mantém conexões importantes com vários contributos de autores clássicos.

5-      A centralidade da democracia na agenda de pesquisa da Ciência Política deve também ser realçada, discutindo-se tanto as implicações resultantes do compromisso normativo da Ciência Política com a democracia e com a sua promoção, particularmente no espaço Ocidental, como também os desafios que se colocam ao estudo dos regimes não democráticos pela Ciência Política.